Sem conhecimento nenhum por parte dos representantes eleitos dos participantes e assistidos das respectivas fundações, a PREVIC – Superintendência Nacional de Previdência Complementar, através da Portaria Nº 727, de 30 de julho de 2018, publicado no Diário Oficial da União em 01/08/2018, por solicitação da Iberdrola, aprovou a constituição e autorização do funcionamento da NÉOS Previdência Complementar, como Entidade Fechada de Previdência Complementar.
A manobra para garantir que isso fosse possível foi realizada da forma mais espúria possível. Aliás, esta é a maneira que os espanhóis da Iberdrola tratam os trabalhadores e as suas entidades representativas. Há algum tempo que os representantes dos participantes e assistidos nos Conselhos e Diretorias desconfiavam que algo estava sendo tramado contra as Fundações, e quando questionavam aos Conselheiros e Diretores indicados pelos espanhóis, recebiam como resposta “não temos conhecimento de nada”. Pura encenação e, digamos, má fé! O que entendemos como um comportamento deplorável da Iberdrola.
Agora entende-se o motivo das reuniões sigilosas que foram realizadas na CELPOS, FAELBA e FASERN. As convocações desses encontros eram comandadas pela Iberdrola, com a presença exclusiva dos Diretores indicados pelos espanhóis. A exclusão dos Diretores eleitos pelos participantes e assistidos nas reuniões acontecia de forma arbitrária. O fato foi denunciado pela Intersindical e repudiado em todas as reuniões com a holding. Na reunião que ocorreu no dia 13/08/2018, no Rio de Janeiro, foi indagado que ações estavam sendo tomadas em relação as Fundações. Após questionado, como resposta, o preposto dos espanhóis afirmou, na maior cara de pau, que: “não havia intenção de alterar as regras atuais das Fundações”. No entanto, desde o dia 01/08/2018, a Portaria Nº 727 da Previc instituindo a NEOS já estava publicada. Em quem os empregados podem confiar?
“Esta é mais uma manobra deplorável da Iberdrola. Um golpe sujo contra os trabalhadores. Iremos adotar as medidas legais e tentar reverter a situação que foi feita sem qualquer consulta aos trabalhadores, que são os principais interessados nas gestões das Fundações”, critica Paulo de Tarso, Coordenador Geral do Sinergia.
“Não aceitaremos de forma nenhuma perda dos direitos dos participantes e assistidos, muito menos, que as regras de funcionamento das Entidades sejam conduzidas, unicamente, pela vontade da Iberdrola. A sociedade precisa saber qual é a verdadeira intensão desses espanhóis: tirar direitos dos trabalhadores e se apropriar das reservas matemáticas dos participantes e assistidos das Fundações para auferir lucros indevidos”, afirmou José Fernandes coordenador da Intersindical Neoenergia.