Lá se vão cinco meses e nada. A postura omissa e descompromissada do Grupo Iberdrola revela seu descaso com o conjunto dos trabalhadores eletricitários, que são os verdadeiros responsáveis pelo crescimento das empresas ano a ano. Por duas oportunidades, os executivos convocaram os dirigentes sindicais para discutir a PLR 2018 e, às vésperas, inexplicavelmente, cancelaram as reuniões. Na última inclusive não deu tempo nem de haver o cancelamento das passagens dos representantes dos sindicatos da Bahia e do Rio Grande do Norte.
A Intersindical repudia a postura do Grupo que, além de se manter omissa, ignora as representações legítimas dos trabalhadores em relação as demandas da categoria. “É uma situação de total desrespeito. Este comportamento coincide com o ingresso dos novos acionistas espanhóis majoritários no negócio. Não podemos admitir que isso se mantenha. É um retrocesso nas relações construídas por anos de diálogo e entendimento em mesa”, lamenta José Fernandes, coordenador da Intersindical.
Não bastasse o total desrespeito com o conjunto dos trabalhadores do Grupo no que se refere ao debate sobre a PLR, os novos acionistas continuam espalhando o terror com demissões injustificadas, perseguição nos ambientes de trabalho, práticas de assédio e outras situações de afronta à dignidade dos trabalhadores.
O clima é tão ruim dentro das empresas que há até relatos de pessoas que já pensaram em ir ao extremo, retirando propositadamente a dádiva dada por Deus a cada um de nós. “É complicado falar o que está havendo. Diariamente somos abordados por trabalhadores que têm medo até de conversar em grupo, de tomar um café no corredor ou de andar para pegar material em outra sala. Esse clima de terror pode colocar em risco até a vida das pessoas, sejam trabalhadores ou até clientes, já que em algumas áreas de atuação um descuido é a diferença entre a vida e morte”, advertiu Fernandes.
A Intersindical está organizando uma série de ações, tanto no campo jurídico, como no âmbito político e de articulações para denunciar as mazelas dos novos acionistas majoritários. “Não iremos admitir estes descasos dos espanhóis, que reproduzem aqui uma gestão de recursos humanos ultrapassada e baseada na imposição do medo e da intimidação”, frisou.
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